O Dia Internacional da Mulher foi uma data conquistada por diversos protestos que ocorreram no mundo a fora, no qual operárias se organizavam em sindicatos e associações separadas dos homens por melhores condições de trabalho, melhores salários, enquanto as sufragistas, mulheres de classe mais alta, buscavam o direito ao voto e educação igualitária.
Hoje ao escrever a história da mulher temos nomes representativos na ciência e pesquisa, como Katherine Johnson Responsável por calcular a trajetória da missão Apollo 11 e a primeira a pousar na Lua; Gertrude Belle Elion conhecida por suas pesquisas com doenças virais, com essas descobertas, conseguiu suavizar sintomas de doenças como AIDS, leucemia e herpes; Grace Murray cientista da computação; Shirley Jackson realizou pesquisas que originou o fax portátil, painéis solares e não para, a lista é extensa dessas mentes brilhantes.
Independente da importância das suas descobertas, da audácia das suas aventuras e da extensão da sua genialidade, elas foram constantemente menosprezadas, esquecidas e, em alguns casos, quase excluídas da história. No entanto, os empecilhos não foram insuperáveis, e ao longo da história as mulheres buscam vivenciar novas áreas e explorar um mundo que era conhecido como masculino.
Esse movimento de equidade da mulher no mercado de trabalho, teve início no século 18 e não vai parar. Em 2015 as mulheres conseguiram mais um marco, o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. O dia 11 de fevereiro foi instituído, sob a liderança da Unesco e da ONU Mulheres, como o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. O evento acontece em diversos países, no qual é dado visibilidade ao desempenho de pesquisadoras ao redor do mundo e suas contribuições na pesquisa científica e tecnológica.
Como todo esse movimento percorrendo os séculos, hoje só aumenta o número de mulheres nas áreas técnicas, por exemplo, na área da meteorologia, que é a ciência que estuda os processos que ocorrem na atmosfera terrestre, a mulher já é maioria.
Já é passado falar sobre áreas somente masculinas no mercado de trabalho. Hoje as mulheres são maioria nas universidades e logo buscam abrir novos horizontes, mesmo ainda não sendo a maioria nas áreas exatas, elas desbravam as áreas técnicas, e na metrologia não é diferente. Na turma de 2018 do mestrado em Metrologia e Qualidade do Inmetro, 55% eram mulheres.
A área de metrologia é ampla e está nas indústrias e laboratórios, abrange ensaios, calibrações com a utilização de normas, acreditações junto a Cgcre/Inmetro. Segundo Mariele Albertini, engenheira mecânica da área de Saneamento:
“a metrologia tem muitas ramificações, é interessante, complexa, tem muita ciência envolvida, e é apaixonante. A área ainda tem poucas mulheres atuantes.”
Para Rosana Pontes, técnica em metrologia e qualidade e engenheira civil do Inmetro:
“a área de exatas foi um caminho que fluiu em sua vida, não houve dificuldade alguma para ingressar nesse mundo da metrologia.”
A mulher entra na área da ciência da medição contribuindo com seu perfil multipotencial e interdisciplinar, percorrendo diversas áreas da metrologia, e seu crescimento é ascendente nas posições de liderança, por sua gestão participativa e excelência no que fazem.
O ingresso de mulheres nas áreas técnicas não deve ser apenas um movimento de incentivo das empresas e da sociedade, deve ser uma iniciativa das mulheres, em uma dinâmica de mostrar sua capacidade de realização, construindo novas ideias e um novo modelo mental que juntas somos mais fortes.
Toda mudança é um processo, se olharmos para o retrovisor dessa história, iremos ver o caminho que já percorremos, mas é importante celebrar essa data e vislumbrar o que ainda podemos alcançar.
Comments