Seguindo as diretrizes estratégicas do Governo de Minas Gerais, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), participou em agosto de treinamento em Gestão de Riscos, realizado pela Controladoria Geral do Estado (CGE). Entre os setores do IMA participantes estavam a Controladoria Seccional e as gerências de Rede Laboratorial, de Logística e Aquisição e de Certificação, que tiveram a oportunidade de revisitar conceitos relacionados à gestão de processos e à gestão e gerenciamento de riscos, de conhecerem as ferramentas que podem ser utilizadas para a implementação da gestão de riscos e a metodologia utilizada pela CGE para identificação, avaliação, tratamento e monitoramento dos riscos inerentes a um processo de trabalho. Por meio dessa metodologia e de outras citadas no decorrer do treinamento, as unidades do IMA poderão conhecer os riscos a que se sujeitam os processos de trabalhos e, assim, adotarem medidas para que tais riscos sejam evitados ou tenham diminuída a probabilidade ou o impacto de sua ocorrência, minimizando-se suas consequências sobre o alcance dos objetivos. Trata-se, portanto, de uma ferramenta de melhoria que vai reduzir tempo, cortar custos, auxiliar nas tomadas de decisão e definir prioridades.
O IMA, autarquia da administração indireta, vinculada à Seapa, busca continuamente otimizar e modernizar suas atividades. Para isso, está alinhado à Seapa, à CGE e ao Governo de Minas, com o objetivo de fortalecer e integrar suas competências, melhorando resultados. O IMA também conta com a Coordenadoria de Inovação e Modernização (CIM), que desenvolve projetos e dá suporte às atividades da Defesa Agropecuária.
De acordo com a controladora seccional do IMA, Lília Viviane de Assis, a Gestão de Riscos é um processo lógico e sistemático que pode ser utilizado para estabelecer base confiável para a tomada de decisões a fim de melhorar a eficácia e a eficiência do desempenho das atividades do órgão. “É mais que uma estratégia, é a política responsável pela definição das diretrizes norteadoras do gerenciamento dos riscos, entre as quais se insere a definição do apetite ao risco, ou seja, o risco que o órgão se dispõe a aceitar para alcançar seus objetivos e metas estratégicas”, explicou.
Ela lembra que, no âmbito federal, o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou, em 2016, que a falta de uma Gestão de Risco efetiva contribuía negativamente na avaliação da governança corporativa dos órgãos e entidades da administração direta federal. Visando reduzir essa contribuição negativa, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP) emanaram, em 11/05/2016, a Instrução Normativa Conjunta nº 01/16, que abrangeu uma série de medidas para a sistematização de práticas relacionadas à gestão de riscos, controles internos e governança, sendo em 2017, por meio do Decreto nº 9203/17, implementada a política de governança da administração direta, autárquica e fundacional do poder executivo federal.
Responsabilidade, transparência e qualidade – O IMA, órgão que fiscaliza, inspeciona e certifica produtos de origem animal e vegetal, competências de extrema responsabilidade, e que contribui com a saúde pública da população, será beneficiado com a Gestão de Riscos. De acordo com o diretor-geral do IMA Thales Fernandes, ter uma visão gestora identificando os riscos, eventualmente prejudicais para resultados e, ainda, ter estas questões documentadas, como um diagnóstico contínuo, é uma realidade imprescindível para o trabalho dos servidores do IMA. “Valorizamos as boas ideias e práticas de gestão que contribuam para a melhoria dos serviços públicos. O IMA está alinhado ao governador Romeu Zema e à secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Ana Valentini, em prol da defesa agropecuária de Minas, buscando sempre melhorar processos e procedimentos internos, com o objetivo de atender com qualidade e transparência o cidadão e o produtor rural”, afirmou.
Rede Laboratorial - Qualificada para realizar exames e diagnósticos de apoio a diversos segmentos da atividade agropecuária, a rede laboratorial do IMA é composta pelo Laboratório de Saúde Animal (LSA) em Belo Horizonte e pelo Laboratório de Química Agropecuária (LQA) no entreposto do Ceasa em Contagem (MG). “Aptos a realizarem um variado leque de ensaios, os laboratórios dão suporte às ações de fiscalização realizadas pelo IMA e contribuem para a prevenção e controle de doenças que podem acometer os rebanhos e de pragas que podem surgir nas lavouras”, explica a gerente da Rede Laboratorial do IMA, Eliane Hooper.
O LSA foi aprovado em fevereiro desde ano pela auditoria da Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro no LSA, confirmando a renovação de acreditação, o que demonstra a competência do Laboratório no atendimento aos requisitos da ABNT ISO/IEC 17025 de 2017. Foi criado um Procedimento Operacional Padrão (POP) explicativo, e a planilha (PLN) de Gestão de Risco para preenchimento. Estes documentos foram incorporados ao sistema de gestão da qualidade que já funciona e eles comunicam facilmente com os documentos já existentes para o tratamento dos riscos e registros das melhorias.
Eliane Hooper concorda que a ferramenta Gestão de Riscos é imprescindível para o dia a dia do trabalho dos laboratórios. Ela é utilizada há muitos anos em empresas e somente agora, por exigência da Norma ABNT ISO/IEC 17025, passou a ser uma ferramenta de laboratórios. “A análise dos riscos envolve a apreciação das causas e das fontes de risco, suas consequências, e a probabilidade de ocorrência e a gravidade do dano, estimando o quanto cada risco elencado tem potencial de afetar as atividades dos laboratórios”, explicou.
A norma ABNT ISSO/IEC 17025 de 2017, pela qual o LQA e o LSA se orientam, determina requisitos gerais aos laboratórios que querem demonstrar sua competência na realização de ensaios.
A assistente de Qualidade da GRL do IMA, Bruna Mendes, esclarece na prática como funciona a Gestão de Riscos na realidade diária de trabalho. “Na revisão atual da Norma foram tomadas ações para abordar riscos e oportunidades associados às atividades de laboratório, o que chamamos de Gestão de Riscos. O objetivo é fazer com que os laboratórios trabalhem preventivamente e foquem na melhoria dos processos. O trabalho preventivo atua na redução de impactos indesejados e possíveis falhas nas atividades do laboratório. E a melhoria se baseia em detectar oportunidades para atingir os propósitos e objetivos”, observou.
Prevenção - Trabalhar de forma preventiva, sabendo dos riscos que podem ocorrer, é uma das vertentes do tema abordado no treinamento. Os riscos que podem afetar os processos e resultados de um laboratório podem ter origem interna ou externa. “E todos devem ser considerados na Gestão de Risco. Como exemplos de causas e eventos, que geram riscos, podemos elencar a falta de produtos e de serviços (reagentes, manutenção de equipamentos); atraso na entrega dos correios (muitas amostras chegam via correios trazendo produtos congelados e perecíveis); queda de energia; e falta de recurso financeiro (treinamento/atualização de pessoal e dos softwares, combustível para o carro do fiscal coletor, obra de infraestrutura do laboratório)”, enumera Bruna Mendes, explicando que a Gestão de Riscos evidencia e correlaciona causas e efeitos facilitando o entendimento dos processos que afetam os resultados do laboratório, tornando o gerenciamento mais prático.
Apontar e identificar equívocos nos procedimentos e ter a possibilidade de corrigir após o diagnóstico realizado e proporcionado por uma Gestão de Riscos seria um avanço para a otimização dos serviços. “A forma de pensar dos envolvidos diante de um risco ou oportunidade de melhoria logo se voltam na busca da correlação das causas e consequências, ou por controles e ações para reduzir os riscos e ainda na busca pela viabilidade de implantar as melhorias”, conclui a assistente da GRL do IMA, Bruna Mendes.
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